https://www.facebook.com/SPMulheres

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Vida e a opção de viver bem, antes ou depois.

Sobreviver em cidades grandes é uma coisa séria e bem complicada. O rítmo frenético, mesmo fora das baladas, que este tipo de vida nos submete, é simplesmente desgastante, prejudicando toda a nossa boa qualidade de vida no nosso último quarto de vida.
Tudo começa bem cedo, quando nos tiram aquela maminha gostosa que estávamos acostumados a sugar, e nos dava uma sensação de conforto, paz, conseguindo, inclusive, alem da nutrição saudável e protetora, saciar nossa fome. Era tudo que desejávamos naquele solene momento de encontro da cria com a criadora, nossa mãe. Todos os mamíferos passam por esta fase, salvo alguns, como eu, que era obrigado a beber leite de cabra, pois naquela época não tinha ninguem para  orientar minha mãe, que por causa do estresse e sua péssima qualidade de vida, consequente e indevida forma de se alimentar, o leite dela secou. Foi quando conheci a primeira cabrita na minha vida. Eu via minha mãe, comigo no colo, espremendo suas tetas, de onde espirrava leite, ela me observava feliz, pois estava se sentindo útil na vida. Mais tarde ficaríamos bons amigos e brincaríamos juntos, correndo pelo pequeno quintal.
Assim que dava meus primeiros passos, levantáva-me e corria, devagar, como todas os bebês crescidinhos. Com uma das mãos sobre minha amiguinha cabra e a outra amparado pela palma de minha mãe eu andava bem rápido, parecia correr. Era o inicio de uma boa amizade que acabaria um dia, e eu, sabendo de nada, inocente na vida, nem aí estava, queria mesmo era curtir bem aquele momento, até a próxima mamadeira. Era isto que, as vezes, minha velha mãe me contava, repetidas vezes, bem antes de morrer. Uns tempos atrás conhecí, numa novela do Caribe, a Ariana de Candinho, uma cabritinha, bem serelepe e faceira, curtí muito, até os últimos capítulos, invejando sempre o personagem, colocáva-me no seu lugar, como se o artista eu fora; matava assim a saudade de minha cabritinha querida e, ao mesmo tempo, vivendo a vida que não pude viver, pois três anos depois do meu nascimento meu família mudou-se para a cidade grande, levando-me a tiracolo; era o início de uma nova era, já era minha cabritinha! adeus, minha doce e pobre vidinha.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Flor_do_Caribe
http://meninasqueviajam.blogspot.com.br/2013_06_01_archive.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.